Sanitizantes para laboratórios

Sanitizantes para laboratórios são substâncias químicas ou misturas destinadas a reduzir ou eliminar microrganismos (bactérias, vírus, fungos e, em alguns casos, esporos) presentes em superfícies, equipamentos e ambientes de laboratório. Diferentemente de desinfetantes comuns, os sanitizantes usados em laboratórios geralmente precisam atender a requisitos mais rigorosos, como compatibilidade com materiais sensíveis (ex.: plásticos, metais), baixa toxicidade residual e eficácia contra uma ampla gama de patógenos, incluindo aqueles resistentes.

Composição química dos sanitizantes

Os sanitizantes podem variar bastante em composição, dependendo do objetivo e do ambiente. Aqui estão os principais tipos e suas bases químicas:

1. Álcool (Etanol e Isopropanol)
   • Fórmula: Etanol (C₂H₅OH), Isopropanol (C₃H₇OH).
   • Concentração típica: 60-70% (v/v) para máxima eficácia.
   • Mecanismo: Desnatura proteínas e dissolve lipídios nas membranas celulares dos microrganismos, levando à lise celular.
   • Uso em laboratório: Ideal para superfícies como bancadas, capelas de fluxo laminar e mãos (quando em géis). Não é eficaz contra esporos bacterianos.
   • Vantagens: Evapora rapidamente, não deixa resíduos.
   • Limitações: Ineficaz em superfícies muito sujas ou contra microrganismos sem envelope lipídico em alguns casos.
2. Compostos de cloro (Hipoclorito de sódio)
   • Fórmula: NaOCl (hipoclorito de sódio, comum em água sanitária).
   • Concentração típica: 0,1-1% para superfícies, até 10% para descontaminação pesada.
   • Mecanismo: Libera cloro livre (Cl₂) ou ácido hipocloroso (HOCl), que oxida componentes celulares (proteínas, DNA) e destrói microrganismos.
   • Uso em laboratório: Descontaminação de pipetas, frascos e resíduos biológicos.
   • Vantagens: Barato, amplo espectro (inclui esporos em altas concentrações).
   • Limitações: Corrosivo para metais, perde eficácia em presença de matéria orgânica.
3. Peróxidos (Peróxido de hidrogênio)
   • Fórmula: H₂O₂.
   • Concentração típica: 3-6% para uso geral, até 35% em sistemas de vaporização.
   • Mecanismo: Libera radicais livres (OH•) que danificam membranas, proteínas e DNA dos microrganismos.
   • Uso em laboratório: Esterilização de equipamentos sensíveis e ambientes fechados (ex.: salas limpas).
   • Vantagens: Decompõe-se em água e oxigênio, não deixando resíduos tóxicos.
   • Limitações: Pode ser instável e requer cuidados no manuseio em altas concentrações.
4. Compostos quaternários de amônio (Quats)
   • Exemplo: Cloreto de benzalcônio (C₆H₅CH₂N(CH₃)₂RCl, onde R é uma cadeia alquílica).
   • Concentração típica: 0,1-2%.
   • Mecanismo: Interage com fosfolipídios das membranas celulares, causando ruptura e morte celular.
   • Uso em laboratório: Limpeza de superfícies e instrumentos não críticos.
   • Vantagens: Baixa toxicidade, eficaz contra bactérias e vírus envelopados.
   • Limitações: Menos eficaz contra esporos e alguns vírus sem envelope.
5. Ácido peracético
   • Fórmula: CH₃CO₃H.
   • Concentração típica: 0,2-2%.
   • Mecanismo: Forte oxidante que ataca membranas e componentes intracelulares.
   • Uso em laboratório: Esterilização de equipamentos e tratamento de efluentes.
   • Vantagens: Eficaz contra esporos, bactérias e vírus.
   • Limitações: Corrosivo e com odor forte, exigindo ventilação adequada.