Padrões de referência, Padrões Primários e Secundários
Padrões de referência são substâncias preparadas para uso como padrão onde uma ou mais de suas propriedades serão comparadas em um ensaio, identificação ou teste de pureza e deve ter uma qualidade apropriada para seu uso.
O tema padrões tem gerado muitas dúvidas para diversos usuários em relação a sua classificação. Muitos dos usuários não sabem ao certo a diferença entre um padrão primário e um padrão secundário bem como classificar os produtos e fabricantes disponíveis no mercado.
De acordo com a resolução que Dispõe sobre as Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos da ANVISA os medicamentos devem passar por análises que determinam a pureza e impureza dos princípios ativos determinados em bula dentre outras análises que asseguram a qualidade. A mesma RDC menciona que os padrões utilizados para essa determinação deverão ser padrões oficiais, sempre que existirem. A norma não esclarece a definição do termo padrões oficiais, mas deixa a entender que são os padrões adquiridos de uma farmacopeia.
Padrões de Referência: O que a definição de padrões oficiais implica ao assunto abordado?
Essa definição implica em muitas das discussões entre Padrão primário e Padrão secundário, pois muitos dos usuários acabam confundindo o termo padrões oficiais com padrões primários, sugerindo que apenas padrões oficiais são padrões primários e isso não é verdade.
De acordo com diversas fontes, os padrões primários são padrões que encaixam na seguinte definição (em sua totalidade ou em algumas exceções, parcialmente):
- As substâncias devem ser de fácil obtenção, purificação, dessecação, conservação e estável;
- As impurezas devem ser facilmente identificáveis em ensaios qualitativos conhecidos;
- O teor de impurezas não deve ser superior a 0,01 – 0,02% (em alguns casos 0,04%);
- A substância não deve ser higroscópica ou eflorescente;
- A substância deve possuir elevado Kps, de modo a formar uma solução perfeita;
- A substância deve possuir elevado peso molecular;
- A substância deve ser sólida;
- Rigoroso e preciso processo analítico validado, documentado e assegurado.
Os padrões secundários são geralmente produzidos em laboratórios não certificados e padronizados com o auxílio dos padrões primários, geralmente possuem:
- Metodologia básica de análise.
- Estudo de estabilidade
- Não demandam de rigoroso processo de produção e controle
Exemplo de padrões farmacopeicos e primários:
- Padrões de Referência da Farmacopeia Americana (USP)
- Padrões de Referência da Farmacopeia Argentina
- Padrões de Referência da Farmacopeia Brasileira (FB)
- Padrões de Referência da Farmacopeia Britânica (BP)
- Padrões de Referência da Farmacopeia Europeia (EP)
- Padrões de Referência da Farmacopeia Japonesa (JP)
Exemplos de padrões primários e não pertencentes a farmacopeias:
- Padrões TRC (Toronto Research Chemicals)
- Padrões Mikromol
- Padrões LGC
- Padrões Pharmaffiliates
- Padrões Extrasynthese
- Padrões Phytolab
- Padrões Chromadex
Não deixe que os padrões de referência dificultem sua rotina analítica, na hora de pesquisar, comprar e utilizar seus padrões consulte a equipe CMS.